LEITURA E CONHECIMENTO DE MUNDO


Ler é prever, pensar, interagir. A leitura é um processo de interação entre autor e leitor, mediada pelo texto. È processo dinâmico que leva o autor a inferir dados e situações e a pensar, refletidamente, após o ato de ler. Aquela é a parte verbal escrita enquanto implica a participação do leitor ao compreender o que o autor diz e ser capaz de concordar ou discordar dele.
  O conhecimento de mundo que o leitor possui é relevante na obtenção desta capacidade.
 È bom lembrar do que nos diz Mary Kato (2000 p 61).
“O conhecimento prévio que permite fazer predições pode advir do próprio texto ou informações extra textuais que provém dos esquemas mentais do leitor.”
 A leitura muitas vezes é feita como ato mecânico onde ocorre a decodificação das palavras em sons, sem preocupação de transferir os sons ao valor semântico da palavra.
 Essa vocalização é compreensível no processo de alfabetização onde a interação do leitor é expor seus conhecimentos de mundo ainda é mínima. Porém, como leitores maduros não podemos deixar que este ato prevaleça, mesmo que muitas vezes, por sermos condicionados a este ato, lemos em voz alta para compreender algum trecho que na primeira  leitura não se tornou claro. Como exemplo, citamos Mary Kato (2000 p62).
 “Podemos aceitar que na fase inicial de nossa alfabetização, utilizamos largamente a vocalização como um processo auxiliar e mesmo como leitores maduros”.
   Ainda recorremos a essa vocalização ou subvocalização para enfrentar trechos de difícil compreensão, ou ainda para assegurar a retenção, porém, não nos parece cociente postular simultaneamente que um processo possa envolver um conhecimento rápido imput visual gráfico, parece-nos que essa vocalização ou subvocalização nos impede de dar maior velocidade á leitura, por implicar uma dupla decodificação. Letras em sons e sons em significados.
  Não podemos rotular a leitura silenciosa como sendo de fácil assimilação ou mais correta que a sonora, pois cabe ao indivíduo decidir o processo de leitura e o estilo.
 Assim Kato diz (Kato 2000, p76)
  Há leitores que gostam de ler vocalizando, há outros que tem dificuldade de entender quando lêem em voz alta, há outros ainda, que usam completamente ambos os processos.
 Esses comportamentos e preferências mostram que a variação individual pode ser descrita em termos da preferência e da freqüência de uso dos diversos processos.



A Fala

  A oralidade é uma prática discursiva, inserida numa determinada prática social, envolvendo dois ou mais interlocutores em torno de um sentido e uma intenção, para isso, torna-se necessário planejamento e execução, ao contrario, do que diz a maioria que a fala é uma atividade instantânea. Que fazemos sem necessidade de organização.

 Ao falarmos tomamos decisões rápidas, mas que na nossa mente às palavras fluem com coerência são postas com organização e conhecimentos prévios.
 Não podemos falar daquilo que não sabemos. A interação se faz presente quando falamos algo que a informação está implícita na mente do ouvinte, como explica Kato 2000, p79.

a)      Pelo conhecimento partilhado a decisão entre escolher “Pedro” ou “o meu visinho” dependerá de saber se o ouvinte sabe que o meu visinho se chama Pedro e se há outros Pedros no espaço comum de conhecimento.

O planejamento se faz no momento da fala, envolvendo decisões. Kato explica.
“O planejamento em nível de discurso envolve decisões do seguinte tipo. Por onde começar, em que direção prosseguir que pontos ressaltar e como terminar.”

A Escrita

A escrita, assim como a fala, diferenciando-se, porém pelo tempo que possui é organizada e planejada. A interação não é feita de forma espontânea, mas, também ocorre. Kato, 2000, p83.

“Um escritor se expressa com eficácia se ele consegue fazer o leitor não apenas chegar as suas intenções, mas também consegue um efeito, em conseqüência dessa compreensão.”
 Para atingir a perfeita interação entre autor e leitor realizam-se métodos para que isso aconteça a exemplo disso Kato, 2000, p84 cita.
 “A preocupação faz o escritor esforçar-se, para tornar seu texto legível, transparente”. Há também preocupações de ordem retórica para que o texto seja interessante e persuasivo. Assim poder convencer o leitor é fazê-lo um parceiro de suas idéias Kato, 2000, p84.

 “Para poder influenciar o leitor, o escritor deve pressupor muito de seus antecedentes, de sua ideologia e agir orientado por essas preocupações.”
Para enfim atingir a boa escrita, aquele que escreve deve possuir um bom vocabulário que transporta o que ele pensa em palavras e convence aquele que ler.
 Se esta meta não conseguir ser atingida, ou seja, o escritor não se fizer claro para o entendimento o efeito é rapidamente percebido pelo escritor. A exemplo citamos Kato, 2000, p84.
 Posso conseguir que o destinatário de minha carta entenda que estou fazendo um pedido de tomada de certas providencias, mas ele pode não entender a solicitação feita, dada a forma pouco eficiente com que fiz o pedido.”
 Enfim tanto a fala quanto a escrita são atos que precisam de planejamento a diferença e que a fala esse, planejamento, é realizado instantaneamente e a escrita possui mais tempo e por isso pode ser refeito e apresentado em maiores cuidados e envolvendo meta e plano.
Kato, 2000, p85 cita.
“O ato de escrever é um ato que envolve uma meta e um plano.”


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